António Francisco dos Santos nasceu a 29 de Agosto de 1948, na freguesia de Sta. Cristina de Tendais, do concelho de Cinfães. Ingressou no Seminário Menor de Resende, em 1959, e concluiu o curso superior de Teologia no Seminário Maior de Lamego, em 1971, sendo ordenado presbítero a 9 de dezembro do ano seguinte. Entre 1972 e 1974 foi coadjutor da paróquia de S. João Baptista de Cinfães, partindo de seguida para França, a fim de dar continuidade à sua formação académica. Em 1977 obteve a licenciatura em Filosofia e, dois anos volvidos, concluiu o mestrado em Filosofia Contemporânea, ambos no «Institut Catholique» de Paris. Em paralelo, diplomou-se ainda em Sociologia Religiosa na «École des Hautes Études en Sciences Sociales» e no «Centre National de la Recherche Scientifique». De regresso a Portugal, integrou a equipa formadora do Seminário Maior de Lamego, tendo ocupado o lugar de vice-reitor, entre 1986 e 1991. Por iniciativa do papa João Paulo II foi nomeado bispo auxiliar de Braga, com o título de Meinedo, em dezembro de 2004. Em 19 de Março seguinte foi ordenado na Sé de Lamego por D. Jacinto Botelho. Breve foi o tempo de D. António Francisco em Braga, já que em setembro de 2006, o novo papa, Bento XVI, designou-o como bispo de Aveiro, diocese em que entrou solenemente a 8 de dezembro do mesmo ano. Ao longo do tempo em que dirigiu os destinos do bispado aveirense, com empenho procurou desenvolver e aplicar muito do seu pensamento sobre a vivência e a organização das comunidades cristãs. Dos projetos que pôs em curso e que alimentou, testemunhos diversificados podemos colher nos textos que publicou na revista Igreja Aveirense, órgão da Comissão Diocesana da Cultura. Com a saída de D. Manuel Clemente para Lisboa, o papa Francisco acabou por designar D. António Francisco para a sede portucalense, em 21 de fevereiro de 2014. Entrou solenemente na diocese em 6 de abril seguinte. Detendo um pensamento metódico e com um apurado sentido pragmático da realidade, procurou dar relevância especial à preparação do caminho que deveria apoiar e orientar a vida das comunidades diocesanas. Neste sentido preparou o «Plano Diocesano de Pastoral 2015-2020», que, sob o lema «A alegria do Evangelho é a nossa missão», convidava os fiéis para um verdadeiro percurso sinodal, desdobrado em cinco etapas, que deveria culminar na realização de um sínodo da Igreja portuense. Descobre-nos este projeto um pastor dialogante, sempre disponível para ouvir, propor e sugerir, consciente da extraordinária diversidade humana e material da diocese. Da formação do clero à remodelação da Casa Sacerdotal, passando pela reforma da estrutura económica e financeira da diocese e pela revitalização dos respetivos conselhos e secretariados, múltiplas foram as áreas que mereceram a atenção do prelado. Não admira, pois, que a sua inesperada morte, em 11 de setembro de 2017, tenha provocado uma enorme consternação, apenas mitigada pela invulgar herança do seu magistério e da sua plena humanidade.

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Bibliografia: OBRIGADO, 2017; SILVA; AMARAL, 2018